Terra...

Ao se movimentar cada vez mais sua face para próximo da face de Camila seu corpo entrava em sublime êxtase resumido na sensação de prazer que percorria suas veias em velocidade extremamente elevada que em poucos segundos envolvia todo o seu corpo.

Podia parecer que aquela era mais uma das muitas conquistas feitas por Erick Martín, mas para ele não. Não se sabe se era porque cada conquista para ele era considerada como uma conquista especial. Não. Não era isso. Camilla era mesmo uma conquista especial. Foram longos 3 meses de flertes à distância resumidos em olhares para que naquela hora, no ápice daquele momento, aquele beijo que se fazia real fosse perfeito.

-Erick!

O som de seu nome pronunciado pela voz levemente estridente e bastante familiar de sua mãe fizeram com que todas as imagens daquele momento que estava tendo com Camila se transformasse em seu velho quarto bagunçado, cheio de equipamentos eletrônicos dispersos e cor azulada. Aquele momento mágico era apenas uma fantasia gerada em seu subconsciente enquanto dormia.

“Mas que droga.. Tava na melhor parte”

Erick Martín Gomes, filho de Sônia Martín Oliveira e Jorge Augusto Gomes Oliveira. Era um garoto que gostava de aproveitar sua adolescência e viver como se o amanhã não fosse nada como mais um dia para diversão.

-Nhaaa mãe... Deixa eu dormir mais um pouquinho hm...

Aqueles olhos que na maioria das vezes conquistavam as garotas que almejava e até aquelas que não estavam em seus planos tomaram a forma assustada ao se deparar com o relógio de parede arredondado localizado à esquerda de sua cama.

“Putz.. 7 e 15.. Merda.. Tô atrasado.. Aff...”

Em um súbito movimento o garoto de 14 anos iça seu corpo. Escovar os Dentes, lavar o rosto, vestir o uniforme. As mesmas ações de todos os dias, mas agora fazia tudo mais rápido.

--Mãe.. Me leva na escola de carro. Vou chegar atrasado!

--Não Erick, não posso. Tenho que terminar de arquivar uns documentos da ONU aqui além de fazer o café pra tua irmã.-Essa é a resposta que a mãe do garoto apressado recebe.

Apressadamente ele caminha enquanto tenta arrumar os fones do MP3 no ouvido.

--Tchau mãe!-A porta se fecha.

12:20 da tarde. O som estridente e enjoativo do sinal toca, mas apesar de irritante tal ruído transforma os rostos cansados dos alunos em semblantes felizes e comemorativos. A aula daquele dia se findou. Algum tempo depois, quase que sagradamente três jovens se encontravam no portão de saída da escola. Erick e Mário, que cursavam a mesma 8ª série mas não haviam pegado a mesma classe e Suzane, a linda garota loira que estava um ano atrás de Erick e seu namorado, Mário. Eles ficam pouco tempo, apenas o suficiente para se despedir e logo cada um toma seu rumo. Suzane e Mário seguem juntos como dois namorados até certo ponto do caminho, rara as vezes que se viam os dois com as mãos dadas, mas aquele dia eles estavam. Junto com eles seguia Lucas,o jovem garoto irmão de Suzane, garoto que com seus 12 anos dava muita dor de cabeça para a irmã.

A porta se abre. Erick chega em casa.

--Mãe?!

Sua mãe estava defronte ao Computador em seu escritório. Não respondera ao primeiro chamado, mas logo na segunda vez que Erick a chama, agora mais intensamente, ela responde:

--Já chegou Erick? O almoço já está nas panelas.. Hey menino, não jogue os cadernos no sofá.

--Ahh mãe.

--Nada de ahh..

Erick pega seus cadernos e sobe em velocidade considerável para seu quarto, batendo freneticamente os pés envoltos por uma meia branca contra os degraus de mármore da escadaria.

--Opa.-Fala ao se deparar com Sofia, a empregada que estava na cozinha e que por sinal respondeu.

--Menino..! Mais devagar cê vai se machucar..

--Ah fica de boa Sofia.. Fica de boa- E lança um sorriso moleque, um sorriso particularmente dele.

Enfim estava em seu quarto, aquele cômodo bagunçado com paredes azuis detalhadas do jeito que agradassem ele. Peculiarmente o garoto joga seu amontoado de cadernos e livros que carregava na cama de colcha azul. Automaticamente o garoto se dirige para seu tão querido computador, mas antes que pudesse fazer qualquer movimento contra o botão do No-Break o ruído musical de seu celular soa no ar.

--Mário? O que ele quer? Ele tava comigo agorinha.. Hmm.. Esse menino á ficando doido. –fala enquanto maneja o moderno aparelho de comunicação móvel- Alô?

--Erick, Erick- A voz de Mário do outro lado estava ofegante. Mal ele conseguia começar a frase- ... A Camila.. A Cam.. Erick a Camilla. – O semblante de Erick vai se tornando de um rosto moleque à um preocupado assim que ouve o nome da irmã do seu melhor amigo e a garota que sempre quisera conquistar.

--O que que tem a Camilla?

--Ela foi seqüestrada.